Em entrevista ao site Uol, o autor e ator Miguel Falabella que não tem mesmo 'papa na língua', afirmou que nível mental do telespectador brasileiro é de nove anos e também falou que ainda responde a seis processos.

Confira a entrevista:

O que ainda vai ter de novidade para o programa (”Toma Lá Dá Cá”) ?
A Isadora vai ser juíza. Não teve agora essa juíza loura, uma mulher corrupta, que está aí nas páginas? E alguém diz alguma coisa? Se bobear vai estar na “Caras” mostrando a casa, daqui a pouco. Não vai? Claro que vai! E vai todo mundo vai achar lindo. O Brasil perdeu os valores básicos. O “Toma Lá” é uma brincadeira, mas denuncia isso tudo.

E você acha que o público entende dessa forma? Em “A Lua me Disse”, por exemplo, você foi acusado de racismo por causa das personagens Latoya e Whitney…
Eu respondo a seis processos até hoje. O nível mental das pessoas que assistem à tevê no Brasil é por volta de 9 anos de idade. Em comparação a um jovem francês, o que lê um jovem brasileiro? Um jovem francês lê 200 vezes mais. E um país que não tem educação nos condena à mediocridade. Aqui mesmo tem diálogos e piadas que as pessoas não entendem, porque não têm informação. É o que eu brinco: para entender o “Toma Lá Dá Cá” tem de, pelo menos, ter lido “A Moreninha”. Mas o público entende a transgressão e a brincadeira, gosta do absurdo.

A recepção, então, é boa?
Com certeza. Quando você acharia que uma senhora, uma avó como é a Copélia, poderia se comportar dessa maneira? Uma mulher que só pensa em sexo? Mas o público ama a Copélia. Acho que a gente está tão farto de mentira, de hipocrisia, que, quando alguém diz uma loucura – e diz de verdade, porque eles acreditam naquilo – as pessoas gostam.

O que falta na tevê?
Ela precisa se repensar urgentemente, como um todo. Nós precisamos apontar novos caminhos – mas é muito difícil. Porque nós trabalhamos com uma matéria-prima que é a palavra. Quanto menos educado é o povo, menos você pode dizer as coisas, por que as pessoas não entendem. As pessoas não lêem e não sabem escrever. É aterrador. Por isso enfatizo a educação. O povo precisa ser educado, a leitura tem de ser incentivada. Não sei o que vai acontecer, mas, obviamente, mudanças são necessárias.


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